GESTÃO

Questão ambiental influenciou decisão. Atualmente, fornecimento de combustíveis para a frota veicular da UnB funciona de forma terceirizada

Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

Dois meses após a reformulação do modelo de prestação do serviço de abastecimento da frota veicular da UnB, a administração superior encaminhará ao Instituto Brasília Ambiental (Ibram) uma solicitação para fechamento do posto de combustíveis que funciona há cerca de vinte anos na Garagem. O prédio está localizado no campus Darcy Ribeiro, atrás do Almoxarifado Central.

Ao longo das últimas décadas, a UnB recebia de empresas contratadas os carregamentos de etanol, diesel e gasolina e armazenava em seus tanques. A responsabilidade pela manutenção da estrutura do posto, pelo abastecimento dos veículos e pelo controle dos gastos era da Universidade.

Hoje, o sistema de abastecimento da frota veicular é terceirizado. Os automóveis são abastecidos em uma rede de postos de combustíveis contratada por meio de licitação. Na Garagem, apenas o tanque de diesel ainda está ativo, com a finalidade de abastecer geradores e outros maquinários.

O prefeito dos Campi, Marco Aurélio Oliveira, enumera os fatores que levaram a administração superior a decidir pela mudança no formato, entre eles a dificuldade de regularização do posto frente aos órgãos de controle ambiental.

“Para que o posto da Garagem funcionasse dentro da legalidade, seria necessário um investimento muito grande. Precisaríamos, por exemplo, trocar os tanques antigos e adquirir outros, para combustíveis mais modernos. Como entendemos que não se trata da atividade-fim da Universidade, esse custo não se justifica”, afirma.

Oliveira ressalta ainda os riscos envolvidos na manipulação do material, os defeitos na frota – causados por combustíveis contaminados por resíduos de desgastes dos tanques – e o deslocamento feito pelos carros dos campi de Ceilândia, do Gama e de Planaltina como pontos preponderantes para a mudança.

“Havia carros que percorriam até 60 quilômetros para abastecer no Darcy Ribeiro. Era um modelo ineficiente. Com o formato atual, há postos credenciados na Asa Norte, em Ceilândia e no Gama”, explica, acrescentando que a UnB trabalha para viabilizar o mesmo em Planaltina. 

No antigo posto da Garagem, tanques desgastados estavam contaminando combustíveis. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB


ECONOMIA – Para o prefeito, nos dois meses de vigência do novo contrato já é possível notar resultados satisfatórios com relação à economia de recursos.

“O controle é feito por meio de vouchers distribuídos às unidades acadêmicas. Os dados iniciais apontam economia de gastos. Vamos continuar acompanhando, para entender se é uma tendência no novo modelo ou apenas um momento”, avalia.

Marco Aurélio cita também a economia global, em longo prazo, proporcionada pelo fim da manutenção do posto.

INTERDIÇÃO – A Prefeitura dos Campi (PRC) trabalha juntamente com a Diretoria de Gestão de Infraestrutura (DGI/DAF), para encaminhar, no início de outubro, a primeira documentação ao Ibram pedindo a desativação do posto. A partir daí, espera-se que o órgão realize fiscalizações e oriente a UnB sobre os procedimentos seguintes.

“Existe uma possibilidade, colocada pelo próprio Ibram, que admite que os tanques não sejam removidos, apenas isolados, sendo preenchidos por material inerte. No documento, questionaremos se o posto da Garagem se encaixa nessa modalidade, que seria a melhor para nós”, diz Oliveira.

Em breve, estará em vigor o contrato com a empresa responsável pelo abastecimento dos geradores com diesel. “Parece pouco, mas é uma mudança radical no respeito à lei e à segurança. Durante toda a gestão, entendemos que obediência às normas é algo fundamental”, finaliza o prefeito.