A Universidade de Brasília (UnB) deu mais um passo em seu compromisso com a justiça climática, social e de gênero ao lançar, em parceria com os ministérios das Mulheres (MMulheres) e do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o curso de formação Diplomacia Popular: Emergência Climática, Territórios e Gênero. A iniciativa integra a agenda estratégica do governo federal rumo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), que será realizada em Belém (PA), em novembro. O evento ocorreu no MMA, nessa sexta-feira (25/7).
A reitora Rozana Naves destacou a relevância da iniciativa e reforçou o compromisso da Universidade de Brasília com a justiça socioambiental e com os povos e comunidades tradicionais. Ela lembrou que a UnB tem uma vocação para esse trabalho, desde sua criação por Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira, e mencionou ações já consolidadas, como a oferta de vagas na pós-graduação para indígenas, a criação de polos de extensão em territórios tradicionais e a atuação em projetos de educação e equidade de gênero.
“Quero dizer que esse curso é mais um exemplo de como a Universidade, o governo e os movimentos populares podem contribuir para mudar a realidade do nosso país e afirmar a nossa soberania. Cumprimento todas as pessoas envolvidas desde a criação do curso e, agora, na formação dessa turma. Desejo, realmente, que os produtos do curso sejam instrumentos de sustentabilidade ambiental e de transformação social”, disse Rozana Naves.
Para a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, a formação, diante dos desafios atuais e do protagonismo das mulheres e povos tradicionais, é estratégico para o debate. “Esse curso vai formar e qualificar jovens, mulheres e lideranças de povos e comunidades tradicionais para responder a um tema fundamental: a mudança do clima. Isso tem tudo a ver com o momento que vivemos no mundo, na América Latina e no Brasil”, afirmou.
Durante a cerimônia, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou a importância da formação promovida em parceria com a UnB como parte de um esforço coletivo pela implementação das decisões climáticas já tomadas. “Esse curso de diplomacia popular pode nos ensinar a sermos os diplomatas da disrupção, porque os da conformação já estão há 30 anos nesse processo. Agora é hora de implementar”, afirmou, defendendo a urgência de uma participação qualificada e ética nos espaços de negociação climática.
A decana de Extensão da UnB, Janaína Soares, celebrou a proposta transformadora da formação: “Estamos criando caminhos onde antes havia silêncio e exclusão. Essa diplomacia popular valoriza os saberes das comunidades, o conhecimento da terra e a força de quem sobrevive com dignidade.”
Com metodologia voltada à formação de agentes multiplicadores, o curso será ministrado por docentes do Instituto de Relações Internacionais da UnB. As aulas ocorrem de 22 de agosto a 24 de outubro, em formato on-line. São 116 participantes, sendo 104 mulheres, com prioridade para lideranças negras, jovens e representantes de povos e comunidades tradicionais, como indicado pelo Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT). A iniciativa tem investimento de R$ 200 mil do Ministério das Mulheres.
Também participaram do evento, a representante do CNPCT e da Rede de Mulheres da Costa dos Corais Ana Paula de Oliveira Santos; a diretora de Articulação Institucional do MMulheres, Andreza Xavier; as coordenadoras da coordenação-geral de Participação Social e Ações Climáticas do MMulheres Ana Lucia Sousa Pinto e Alessandra Jacobovski; a secretária-executiva adjunta do MMA, Anna Flavia Franco; e a secretária nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, Edel Moraes.
Assessoria de Comunicação da UnB